Tinha caracois e um laço no cabelo, que era escuro e comprido.
Em pequenina até lhe chamavam a menina dos caracois.
Procurava debaixo da cama, numa caixa onde guardava montes de fotografias, aquela onde, bem pequenina, ao colo do tio Abel, se passeavam ao longo da pérgola da Foz, junto à praia do Molhe.
E à medida que ia separando umas e outras ia recordando lugares e pessoas.
Ali estavam tios e tias e ela, bébé, ao colo de sua mãe, no terraço da quinta dos tios em Oliveira do Douro. As fotos sua e seu irmão quando fizeram a 1ª comunhão na Igreja do Bonfim e vestidos com fatos de marujo numa ida ao Monte da Virgem. Eram fotos a preto e branco, mas que ainda tinham côr na sua memória.
Agora na rua do Sol, a caminho da Escola Comercial, com colegas de que perderia o rasto mais tarde. Ali estavam a Olga, a Candida e a Natália, fixara os nomes, dos rostos já se não lembrava.
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Como tudo estava agora tão distante!
De vez enquando dava consigo a pensar perguntar à mãe sobre isto ou aquilo, quando se dava conta que a mãe já lá não estava para lhe responder...nem o pai nem o irmão...e então era como se um cordão umbilical se tivesse rompido.
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Suspirou fundo, arrumou as fotos e foi para o computador mandar uns mails para os amigos a desejar um Bom 2005.
31.12.04
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2 comentários:
"Suspirou fundo, arrumou as fotos e foi para o computador mandar uns mails para os amigos a desejar um Bom 2005"
Li-te. Leio-te nesse suspiro, nesse(s) mail(s), nessa melancolia. Leio-te, gosto de ti.
A menina tem, no computador, a hipótese e o dever de reconstruir a História dos nomes que transporta o bisneto que 2004 lhe deu. Portanto, trata de a deixar!! E para 2005, quero, th, continuar a ter-te!!! _ beijo grande, IO&TD.
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