28.2.05

Dos Óscars...

Depois de ter visto os “Óscars” apeteceu-me escrever!
Se eu soubesse escrever…
Se eu fosse uma pessoa informada,
Dissertaria sobre os prémios, os realizadores,
Os técnicos, os actores…
Mas apenas tenho a minha sensibilidade!
Por isso somente posso expor o que me foi dado sentir,
Nesta noite longa:
O Aviador foi, quanto a mim, o grande perdedor, pela grande expectativa, já que das onze nomeações apenas alcançou cinco Óscares, dos quais alguns apenas técnicos, como por exemplo a montagem.
Million Dollar Baby e Clint Eastwood foram os vencedores já esperados, com 4 Óscars: melhor filme, melhor realizador, melhor actor secundário, melhor actriz.
Morgan Freeman é um senhor!
O cinema espanhol evidenciou-se, apesar de ter vencido com uma canção “fraca”.
Tive pena que Imelda Staunton não tenha ganho o Óscar para melhor actriz, gostei do filme, Vera Drake, e gostei do desempenho dela num tema actual e que daria “pano para mangas”…depois É cinema inglês…
Na expectativa de ver os meus velhos conhecidos, percorria a assistência, mas apenas vislumbrei o centenário, ou quase, Mickey Rooney!
Da lista de homenageados e desaparecidos de entre nós constava Virgínia Mayo, (alguém se lembra?).
Espero não vir a perder “Sideways”.

25.2.05

As cores do sentimento

Dedicada a quem chama ao côr de rosa ...verde clarinho:
Tirado deste encontro

AS CORES DO SENTIMENTO...

Amarelo: côr do meu quarto,
côr dos belos malmequeres.
Côr da alegria e tristeza,
mas quem sabe qual
as suas cores?
Quem sabe que tom oferecer
a cada sentimento?
Se às vezes nem sabem
o que é pode-los sentir.
Que forma devemos ter
perante cada novo florir
de um novo estado d'alma,
de uma nova vida?
Púrpura: côr da paixão,
do sangue sofrimento.
Porquê púrpura e não
rosa, verde ou laranja?
Porquê? Se nem sequer
sabemos o que elas são?
Porquê tentar dar
a um sentimento uma côr,
se uma côr não significa
nem ternura nem amor.
Os sentimentos somente
significam um estado d'alma
não uma cor sem sentido,
sem vida. Uma côr,
por mais que tentemos,
não ri, não chora, não ama.
Nós pessoas vivas,
Sim! Nós amamos e somos felizes.
A felicidade não precisa
do doirado para existir, precisa somente
de dois alguéns. Precisa
que se possa sentir.
Até porque cor, jamais
a conseguirão definir.

Danny Nogueira
Toronto Canadá, Fev.16-1998

Divulguem

Como estou com preguiça, copiei do meu amigo Gil:
Por aqui e por aqui também se faz o caminho da liberdade. No caso, a liberdade de ser 'blogger', e isso diz-nos necessáriamente muito. A divulgar, eu segui a pista daqui

22.2.05

Rebuçados Victória

Vinham nos rebuçados Victória, em papel fininho e nós coleccionavamos.

Aí vão alguns documentos “raríssimos” sobre os Rebuçados Victória, incluindo
a propaganda de lançamento do novo Concurso HISTÓRICO ; neste caso, como o
papel era do melhor, consegue-se ver à transparência o anúncio dos prémios
que eram principalmente máquinas de costura Oliva, marca “falecida” recentemente
Ambos foram desenhados por mim*, assim como outro com jogadores de futebol.
Os difíceis do Zoológico eram o bacalhau-42, o cabrito e a cobaia-147. Ao lado
do Cabrito vai também o Peixe-Voador, devidamente assinado, o que na época (há
mais de 40 anos) era difícil de conseguir …


* Carlos Biel

21.2.05

Eu sou do tempo...(I)

Pois é, hoje dia de eleições, eu recordo o tempo em que NÃO havia eleições!
Porque eu sou do tempo em que o assunto “ política” era TABU, desconhecido, de apenas uma elite esclarecida e condenado.
-Em que uma pessoa podia ir presa (o avô de meu marido foi) apenas por LHE TEREM COLOCADO UM PANFLETO NA MÃO.
-Em que eram proibidas as greves (por acaso eu participei de uma, na Escola Comercial de Oliveira Martins, no Porto, anos 40)!
-Em que havia "mangueiradas" de água branca em manifestações de rua esporádicas, para depois poder prender este ou aquele...
-Em que frequentar a casa de um amigo, várias vezes preso pela PIDE, chegava a ser um acto de coragem.
-Em que o ajuntamento de mais de 3 pessoas estava absolutamente proibido, tendo nós feito uma festa de Carnaval numa vivenda com portas e janelas completamente cerradas.
Por tudo isto me sinto uma privilegiada por viver em democracia, cujo sabor é por demais saboreado depois de saber como é viver em ditadura.

19.2.05

Eu sou do tempo...

-eu sou do tempo em que, não havendo supermercados e ao domingo estava tudo fechado, todos os sábados era preciso ir ao talho comprar a carne para o domingo e prepará-la para não se estragar, pois não havia frigoríficos. Assim, se fossem bifes, era necessário "entali-los"* em azeite, dado que óleo era coisa do futuro.
-…em que sair ao domingo com o namorado me era absolutamente proibido, visto que, como dizia minha mãe: “os domingos são para as sopeiras e os magalas.
-para sair da mesa, no fim da refeição, uma criança tinha que pedir licença aos pais e depois ir dar-lhes um beijo, pedindo a bênção.
-as mulheres SÓ usavam saias, as meias altas eram presas com ligas, só mais tarde vieram as cintas com ligas e os collants; eram imprescindíveis as “combinações”, os saiotes para dar volume às saias de “guarda-chuva”, muito rodadas e minha mãe não ia à missa sem chapéu.

(CONTINUA)


*entalir
Verbo transitivo
-popular=cozer mal (alimentos)
-popular=dar uma leve fervura (à carne) para depois a assar, encalir

18.2.05

exp.

Estou a fazer experiencias...me desculpem

14.2.05

Contentamento!

Meus amigos:
Cheguei há pouco dum jantar surpresa, em casa da minha filha.
Sem eu imaginar ela conseguiu juntar família e amigos e a festa aconteceu!
Só quero agradecer aqui o vosso carinho e fazer-vos saber que me considero uma mulher afortunada pela família e amigos que tenho.
Bem hajam!
É bom sentir-vos!
Vossa, do coração,
Theodora
PS. vou passar a teodorar...

11.2.05

Regresso para o futuro

Por entre frondosas árvores a estrada serpenteava o vale, ladeada por campos e pomares.
Aqui e além pequenas herdades onde se viam alguns animais na faina ou pastorando.
Era-lhe grato ver que nada estava abandonado para aquelas bandas, o que lhe dava uma satisfação e enriquecia a sua jornada através de tão próspera paisagem.
Quando perto da estrada, trabalhadores acenavam, aproveitando o momento para limpar o suor nas mangas da camisa e endireitar as costas.
À medida que subia a serra os campos davam lugar a solo mais bravio, duma beleza diferente.
Conduzia devagar, languidamente, embalado pela música suave, pelo morno entardecer mas sobretudo pela magia que pairava no ar, sem saber de onde vinha.
Após muitos anos de ausência, era a quinta vez que aqui vinha para reencontrar o berço, os cheiros, a luz, os caminhos…
Aos poucos tinha vindo a descobrir coisas espantosas sobre a família e sobre si mesmo, sobre si em pequeno, adolescente, quase adulto, sobre a mãe e sua desvairada paixão por um cavaleiro da vizinhança, que os levou até ao Brasil onde morreram num desastre de aviação.
Passados anos o pai voltou a casar com uma rapariga da terra, que lhe deu uma filha, a Ritinha, linda de morrer, agora com a mãe em França para onde foi depois da morte do pai.
A senhora Rosa ia sendo a contadora destas e outras histórias, à mesa da cozinha enquanto ambos bebiam um café depois do almoço. Ela já conhecia a família de longa data e logo que resolveu por ali pousar veio-se oferecer "para o que o menino precisar", disse.
O menino lembra-se da Beatriz?
-que não, não se lembrava.
Pois não é que tinha chegado há pouco à "Herdade das Rolas", sabe aquela que fica lá mais acima, perto do cabeço, e não é que apesar de viúva estava uma senhora bem apessoada, e sempre com aquele ar que fez muita cabeça andar à roda.
-Mas o menino não se lembra? Ora, não se lembra o menino doutra coisa, pois se até andou embeiçado por ela até ir embora daqui…
-Beatriz…Be…ah! a Bééé!, sim agora me lembro muito bem.
Estava sorrindo por dentro, sorriso que tentou disfarçar quando perguntou: conte lá, que foi feito dela?
Senhora Rosa foi buscar mais café, é que o assunto merecia.
E lá foi contando que Beatriz tinha ido para Braga estudar e um dia quando voltou nas férias trazia noivo rico. Foram viver fora que ele não era português. Enviuvou, voltou para a terra e comprou a Herdade das Rolas, que estava à venda depois da morte do dono, o fidalgo velho, Sr. Antero. Agora vinha cá muitas vezes, mas vivia lá para a costa, diziam.
A Bé tinha sido a mulher que o iria marcar para toda a vida! Ligeiramente mais velha, tinha sido com ela que perdera a virgindade…
Foi ainda a sorrir por dentro que saiu para o pátio e para a estrada, tomando o caminho do cabeço, da Herdade das Rolas.
Beatriz foi abrir o portão mal se apercebeu que alguém subia o caminho e caiu nos braços dele, resmungando: estava a ver que nunca mais aparecias!
-Sabes lá, tive que esperar que a srª Rosa me desse a “novidade” e fingir que já não me lembrava de ti, riu…
Todo o cuidado é pouco, tu sabes, a polícia de Orleans ainda não está convencida que o teu marido se tenha suicidado!

10.2.05

O perfume de 70...

Roubado ao xis-tema


Maria da Graça tem a graça
De deixar atrás de si, quando passa,
O perfume de setenta e picos primaveras.
E o ar, esse, fica mais cheio
Daquele sorriso de raça
Que nem o tempo quis apagar
Do rosto que o sol moldou
No sal da vida que passa.

Às vezes, senta-se na praça
Descansa olhares vagos, distantes,
Nos risos contagiantes
Dos petizes que por lá brincam.
E Maria da Graça, perdendo a graça,
Ainda se sonha, assim criança,
Na adulta que sempre foi.
Que até mesmo as risadas
Soltas em infantis gargalhadas
Eram sempre para conter
O choro faminto e triste
Dos que depois dela, lá em casa,
A vida pariu, para sofrer.

De letras nada sabe
Porque sempre lhe disseram
Que as mãos serviam para fazer
E a cabeça só para ver.
E Maria da Graça sonhava,
Como qualquer outro ser,
Em ser quem por a vida passa,
Em vez de a ver correr.
Mas nem o sonho duma casa,
Que tanto a fez querer,
Mudou, do destino, a traça
Com que a vida a viu nascer.
E, por maldição ou quebranto,
Viveu Maria da Graça em pranto
A ver a vida madrasta
Desfazer-lhe o pouco encanto
Do nada que conseguia ter.

Olha para trás e, por desgraça,
Vê que em nada deixa a marca
Que outros lhe possam ler.
Infeliz de quem a vida destinou
A não poder provar o gosto
De ver, no papel transposto,
A graça que Deus lhe deu.

Mas um dia Maria da Graça,
Ao ouvir os risos na praça,
Dos petizes que por lá brincam,
Levanta a cabeça do breu
E abre as mãos de só fazer
Para agarrar, da vida baça,
O pouco, que quer só seu.
E, na força com que se faz raça,
Num gesto que a ultrapassa,
Apaga do destino a desgraça
De tanto viver sem deixar traça.

Mestre-escola... por favor?
Chamo-me Maria da Graça
Tenho, do que a vida me ensinou,
Cicatrizes de amargo sabor,
De tanto olhar pela vidraça.


E agora, Maria da Graça,
Com letras de avidez
É tempo de quebrares a vidraça
E recontares, com a tua graça,
O sonho de menina-garça,
Mas começando por...
"Era uma vez..."

*****
Esta é a singela homenagem a todas as Marias da Graça que, com garra, nos dão grandes lições de querer e de viver.
É, também, dirigida aos formadores e organizadores locais do ensino e educação de adultos deste país, pela entrega e carinho com que desenvolvem o seu trabalho.
O meu bem-haja a todos.

António San

9.2.05

The good old days???


 The  'ALLO 'ALLO!  Gallery on YCDTOTV.de    Path: www.YCDTOTV.de/allo_img/j06_080.jpg

Hoje estive a hibernar e, como não fazia há muito tempo,
vi televisão.
Liguei-me aos canais da saudade!
Mas o interessante é que foi sem saudosismos, como quem vai ao museu ou desfolha um álbum de fotografias. Não vou dizer "que bons eram aqueles tempos"...eram diferentes...Eu era diferente!
As minhas prioridades mudaram, os meus gostos, os meus interesses…e aqui para nós, acho que melhorei.
Façam isso, sejam um pouco espectadores dos tempos idos e verão que o que vão ver também é aquilo que vocês mesmos fora
m.


8.2.05

As árvores


Jacarandá de Carcavelos

Por sugestão da revista Sábado, fui à procura deste site, e achei que valia a pena por lá passear; e foi lá que li :

Da próxima vez que passar pelo jardim de S. Lázaro ou da Cordoaria ou decidir passear pelo Passeio Alegre ou a Avenida de Montevideu curve-se perante as árvores locais. É que algumas delas foram recentemente classificadas pela Direcção-Geral das Florestas (DGF), que decretou que 238 árvores da cidade do Porto são "de interesse público". O mesmo é dizer que não podem ser podadas de qualquer maneira e muito menos abatidas ou danificadas. A iniciativa de enviar a proposta de classificação foi de três elementos do grupo ambientalista Campo Aberto. O pelouro do Ambiente da Câmara do Porto saúda a iniciativa e diz estar disponível para a criaçao de um Roteiro das Árvores da cidade. Até 10 de Janeiro, data em que foi publicado em Diário da Repúlicaa listagem das novas classificações, o Porto contava apenas com quatro árvores distinguidas pela DGF. E foi a contastação de um tão baixo número de árvores classificadas no Porto que levou Paulo Araújo, Manuela Ramos e Maria Carvalho a propor a distinção de 11 conjuntos arbóreos da cidade. "Noutros concelhos do país, o número de árvores classificadas era bastante maior, pelo que nos parecia existir uma certa falta de estima em relação ao nosso património arbóreo", explica Paulo Araújo. Sem grande trabalho para descobrir quais as árvores escolhidas ("conhecê-mo-las, andamos a observá-las há bastantes anos", diz Paulo Araújo), os três entusiastas e responsáveis pelo blogue "Dias com Árvores" não levaram muito tempo a elaborar fichas distintivas de cada uma das plantas. Um trabalho adicional mas não essencial para quem pretende apresentar uma candidatura. É que "qualquer pessoa pode fazê-lo", lembra Pedro Araújo, bastando para tal "enviar uma carta à Direcção-Geral de Florestas, dizendo onde está a árvore, mesmo que não saiba o nome dela", explica. No caso do Campo Aberto, as várias árvores escolhidas tiveram em conta "o seu valor [histórico] e o local onde estão situadas". Assim, os jardim da Cordoaria ou S. Lázaro não poderiam ser esquecidos, bem como os 55 exemplares de metrosideros existentes no Jardim do Homem do Leme, na Foz. As espécies Entre as espécies de árvores agora classificadas contam-se magnólias, palmeiras das Canárias, araucárias de Norfolk e araucárias da Austrália, plátanos e jacarandás. Tudo exemplares que "pelo seu porte, idade ou raridade se recomendam a cuidadosa conservação", explica o Diário da República. O vereador do Ambiente na Câmara do Porto, Rui Sá, diz estar "satisfeito" com as novas jóias da coroa da cidade. "Desde que tomei posse, logo numa das primeiras reuniões com a Campo Aberto, manifestaram essa intenção [de apresentar a candidatura das árvores] e achei por bem apoiar a intenção dele. Penso que estas iniciativas têm mais importância quando partem da sociedade civil", defende Sá, acrescentando estar "disponível para continuar a colaborar com este grupo ou outros". A câmara, acrecenta o vereador, "emitiu um parecer favorável" à apresentação da candidatura e está mesmo interessado em colaborar com um Roteiro das Árvores. "Há a possibilidade de ter uma espécie de roteiro que se possa fazer, a nível turístico, dando informações sobre as árvores", diz o vereador, admitindo ainda a possibilidade de colocar placas identificativas nos conjuntos de árvores distinguidas. Com sítio na internet O Porto Património da Humanidade, é assim, a partir de agora, um Porto mais reconhecedor do valor árboreo que tem. Para perceber melhor porque é que a cidade tem 242 árvores classificadas vá vê-las, in loco, ou espreite-as em dias-com-arvores.blogspot.com. Já agora, se conhece alguma árvore que sempre lhe chamou a atenção, pode apresentar a candidatura à DGF para que seja classificada. Para tal, a candidata tem apenas que satisfazer os seguintes requisitos: ser, de algum modo, notável, estar de boa saúde, e não apresentar aleijões devidos a maus tratos ou acidentes. E o proprietário, é claro, tem que concordar com a classificação.

A computadora

Sem querer ser "machista" e porque achei graça, aqui vai dum mail que me enviou uma amiga:
Desculpem este "intervalo", posts seguem dentro do tempo necessário para consertar as entranhas da computadora humana...


Em conversa com um amigo espanhol muito espirituoso, levantei a seguinte questão: "Por que computador em espanhol é feminino, ou seja, computadora?" Ele informou-me: Porque está comprovado em Espanha que os computadores são do sexo feminino mesmo; fêmeas, sem qualquer sombra de dúvida. Eu pedi: - "Apresente uma razão." Ele deu-me 10: 01- Assim que se arranja um aparece outro melhor logo a seguir. 02- Ninguém, para além do criador, é capaz de entender sua lógica interna. 03- Mesmo os erros mais pequeninos que você comete são guardados na memória para futura referência. 04- A linguagem nativa utilizada na comunicação entre computadores é incompreensível para qualquer outra espécie. 05- A mensagem "bad command or file name" é tão informativa como, digamos, "se não sabes porque é que eu estou zangada também não sou eu quem te vai explicar !" 06- Assim que você opta por um computador, seja qual for, você passará a gastar tudo que ganha em acessórios para ele. 07- O computador processa informações com muita rapidez mas não pensa. 08- O computador do seu amigo é sempre melhor do que o que você tem em casa. 09- O computador não faz absolutamente nada sozinho, a não ser que você lhe dê o comando. 10- O computador sempre bloqueia na hora mais ingrata. Mas a sua ausência faz a maior falta... nem pensar em ficar sem ele.

4.2.05

O caos...

Ficheiros de base estão desactualizadosCobrança de dívidas fiscais está bloqueada há meses

João Ramos de AlmeidaPÚBLICO
Problemas no sistema informático complicam a vida de quem pretende regularizar a sua situação fiscal. Situação agrava-se no últimos dias de cada mêsHá meses que os funcionários das repartições de Finanças têm sentido imensas dificuldades em receber o pagamento voluntário de dívidas fiscais por parte dos contribuintes, devido ao bloqueio a nível nacional da aplicação informática relacionada com as execuções fiscais.Nos passados dias 30 e 31 de Janeiro, o sistema esteve, mais uma vez, bloqueado, sem que pudesse ter sido possível cobrar. “É assim todos os meses”, desabafa o responsável de um dos serviços locais. Anteontem, “os contribuintes tiveram de se ir embora porque não havia guias de pagamento”, depois de terem esperado longos períodos. Essas dificuldades são sentidas, sobretudo, no final de cada mês, ou seja, precisamente no final do prazo a partir do qual se inicia a cobrança de juros. A dúvida que se coloca é o que acontecerá aos contribuintes que, por incapacidade da administração, se vêem forçados a pagar fora de prazo e são, por isso, punidos com juros de mora.Os próprios responsáveis dos serviços locais reclamam junto aos serviços centrais, mas não obtêm respostas nem melhorias. Ao contrário: o director-geral dos Impostos remeteu instruções para os serviços não enviarem mais “mails” de chamada de atenção porque estava já a par da situação. Mas ao PÚBLICO, o Ministério das Finanças não explicou, ao fim de dois dias, a causa desse bloqueio, nem o que acontecerá aos contribuintes, designadamente como poderão reaver os juros cobrados indevidamente. Legislação a mais e poder informático A causa para este transtorno operacional está, segundo apurou o PÚBLICO, na gestão do ficheiro dos devedores fiscais, um dos quebra-cabeças da administração fiscal e da sua informatização.Trata-se de um dos ficheiros e das aplicações essenciais, de base, que alimentam as aplicações de conta-corrente de contribuintes, mas que arrastam problemas ao longo de anos. E que se complica por diversas razões. Primeiro, os ficheiros de base encontram- se desactualizados. O tema tem sido objecto de comentários e desconfianças várias por parte dos dirigentes tributários, designadamente em reuniões em que afirmaram não pôr as mãos no fogo sobre a sua veracidade; ou quando, em 2003, a assinatura com o grupo Citigroup para a “titularização” das dívidas obrigou a um exame desses ficheiros, dada a desconfiança do seu conteúdo. Essas dúvidas contaminam ainda as novas aplicações, dado que ainda está em curso a migração dos elementos do antigo Programa de Execuções Fiscais (PEF) para o SEF - Sistema de Execuções Fiscais (já com cerca de cinco anos). A situação agrava-se quando, por qualquer razão, o sistema não se actualiza com o pagamento de dívidas feito pelo contribuinte, sendo este notificado de dívidas já inexistentes – e, às vezes, com ameaças de penhora. Depois, segundo dados recolhidos, mesmo as novas aplicações informáticas fragilizam-se com a complicação fiscal sucessivamente criada à medida que, anualmente, os diversos governos vão alterando a lei. O maior número de parametrizações, excepções, taxas diversas, dificulta o funcionamento quotidiano do sistema. Esta foi, aliás, uma das causas de bloqueios recentes. Em terceiro lugar, de acordo com elementos recolhidos, a informatização não cortou com o poder instalado e de intervenção por parte de certos níveis dos serviços tributários. Um poder que, como já assinalou o Tribunal de Contas, introduz margens de arbitrariedade de quem decide ou manuseia o sistema. Em vez de cortar níveis de intervenção burocrática, as aplicações apenas os informatizou, ou seja, quanto maior o número de intervenientes e de possíveis movimentos, maior o risco de bloqueio do sistema, agravado se esses movimentos ocorrerem na mesma altura do mês. Acresce que o sistema operacional foi desenhado para 500 a 600 operadores quando, afinal, actualmente lidam com ele cerca do dobro, o que o tornou mais lento e moroso. O sistema aceita a abertura de processos e deve emitir uma certidão de dívida que notifica o contribuinte para pagar. Na sua presença, o sistema deverá fazer sair uma guia de pagamento cuja liquidação anula a dívida. Mas “os contribuintes chegavam a ficar meia hora encostados aos balcões, à espera da guia de pagamento”, explica um funcionário tributário. Há quatro meses, quando o sistema bloqueou durante semanas, os serviços da Direcção-Geral de Informática e de Apoio aos Serviços Tributários e Alfandegários (Dgita) tentaram solver o problema, criado por se ter mudado para um modelo mais recente de base de dados (Oracle 8i para 9i). Segundo indicações recolhidas, as empresas contratadas – Oracle e Accenture, responsável pela programação há cerca de três a quatro anos – foram igualmente pressionadas a encontrar soluções, designadamente depois do bloqueio ter sido noticiado. Verificou-se uma intervenção significativa, designadamente por parte da Oracle, mas, ao fim desses meses, a situação mantém-se. A Oracle não se quis pronunciar sobre o caso. O Ministério das Finanças foi convidado a explicar o que se passa e a encontrar soluções para os contribuintes lesados com juros de mora, mas não houve resposta até ao fecho da edição.

3.2.05

Revoltada!

Depois de ter passado a manhã, após várias manhãs, a tentar ser cumpridora para com o fisco, estou em vias de rebentar de fúria.
Cumpri:
Herdei---paguei direitos sucessórios.
Vendi----comuniquei às finanças.
Reenvesti--( pensava ser possível reenvestir numa casa própria...), comuniquei às finanças.
Depois de uma empresa me ter feito as declarações, entreguei-as dentro do prazo, mas as mesmas tiveram que ser substituidas (de 2001 e 2002 paguei 100 euros, por atrazo(?)).
Como não vivia na casa que vendi (herdei de minha mãe, no Porto), vou ter de pagar MAIS VALIAS (+- 2000.00 euros!),que incidirão também, pasmem, sobre a reforma de m.... que recebo!
Digam-me lá se não é caso para estar REVOLTADA!