30.12.05

Rotina


Chego a casa e abro o computador, antes mesmo de tirar o casaco.
Esta ânsia de me interligar às pessoas faz de mim uma dependente, o que de todo não me agrada.
Lutei para me desligar de amarras e agora vejo-me assim ansiosa por estar sempre acompanhada.
Claro que a desilusão é grande pois cada um tem a sua vida e eu uns horários tolos para o normal das pessoas.
Questiono-me sempre se o limite da expectativa é demasiado alto, e se a culpa é minha se a resposta vem quase sempre abaixo do esperado.
Faço o que tenho a fazer, ponho o PC a dormir e saio para a rua.

23.12.05

Há Natais

sem%20familia-Ninguém lhe iria perdoar se não escrevesse um conto relativo à época de Natal, qualquer coisa enternecedora, que não fosse muito piegas, mas também não muito dramática. Assim abriu o computador portátil, colocou os dedos nas teclas e dispôs-se a transcrever o que fluísse dum cérebro já cansado de contos e inventos. Primeiro a paisagem, os personagens, depois o enredo. Uma aldeia bem longe de qualquer grande cidade, pelo seu bucolismo, era sempre uma boa aposta, e nessa aldeia haveria sempre personagens à altura de um bom conto, segredos por desvendar, pobres e ricos, contas antigas para saldar.

Assim nasceu no sopé da Serra, uma qualquer Serra servia para o caso, e é sempre uma imagem bonita, uma pequena aldeia donde a maior parte dos habitantes de menos de trinta anos tinha já debandado para a cidade ou para o estrangeiro. Ficaram os velhos e os muito pequenos à guarda deles, só por alguns meses, diziam os pais, que partiam em busca de uma vida melhor, chamados pelos cunhados ou tios que se tinham dado bem naquelas terras distantes, apesar das saudades do bom vinho tinto, dos enchidos, da broa e até do bacalhau. Quando Zefo partiu, para não perder uma boa oportunidade de trabalho, Manuela ficara grávida de seis meses e uma vida grávida de dívidas, que aos poucos foram sendo pagas com o dinheiro que Zefo mandava lá de fora. O Natal estava quase a chegar e Manuela, no fim do tempo, esperava que o seu homem pudesse ainda vir a tempo de assistir ao parto que se avizinhava e tão esperado era por toda a família, pequena, mas unida.

-Olhou para o monitor e achou a história demasiado banal, demasiado idêntica ao presépio que encimava a chaminé da sala onde costumava escrever os seus contos. Tinha que dar vida às figuras de barro que a compunham, torná-las verdadeiras, sofredoras, de carne e osso. Continuaria no dia seguinte, o cansaço era grande e as ideias pobres e custosas. Acordou no dia seguinte cheio de imagens, tivera um sonho em que Manuela dera à luz dois bebés, em vez do esperado rapaz.

Mas Manuela entrou na maternidade já com o parto a decorrer, pois a ambulância tardou de ter ido levar o Ti Jaquim ao Hospital, com uma crise de pedra no rim, que o fazia dar gritos de animal. E foi assim que Zemanelito nasceu, uma semana antes de Natal, pai ausente, em terras de França, conduzindo um camião cheio de brinquedos para a pequenada. Pela estrada fora Zefo só pensava na hora de voltar, só dois dias depois é que soube que era pai de um rapagão que tinha deixado exausta a mãe ao nascer.

-Tinha saído de casa à pressa por causa daquele telefonema estranho que desde manhã lhe não saia do pensamento. Fora procurar um amigo da Embaixada para procurar saber alguma coisa do filho e neto, já que a nora sabia-a em Paris, com os pais. Olhou para o computador, mas definitivamente o conto teria que esperar, mas precisava de ir à net em busca de ajuda, alguém, alguma comunidade do médio oriente que o elucidasse sobre o que se estava a passar, se é que o assunto já seria público. Passou a tarde nas suas buscas e só à noite, depois do filho lhe ter telefonado, conseguiu disponibilidade para escrever um pouco.

Na antevéspera de Natal Manuela foi para casa com seu bebé nos braços, sem no entanto ter tido notícias do seu homem. A sogra e a mãe revezavam-se nos cuidados ao bebé, era o primeiro neto e há muito que não havia crianças na família. Neste momento os telefones tocam em casa do contista e em casa de Manuela, ansiosos ambos atendem na esperança de ouvir notícias daqueles entes que tão longe os preocupam por falta de uma palavra apaziguadora quanto aos perigos que no estrangeiro ambos correm. Zefo ri às gargalhadas, de contente, quando sabe do nascimento do filho, embora triste por não poder estar presente a quando do parto; partirá no dia seguinte a tempo de passar a ceia com a família.

-O mesmo já não sucede ao filho e neto do escritor que, apanhados no meio duma insurreição, as fronteiras fechadas, aviões que não levantam voo e com militares por todo o lado, dificilmente conseguirão sair do país. Eles esperam ainda poder fugir, atravessar pelo único sítio que sabem ainda não estar vigiado, de carro talvez, atravessar para França, chegar a Paris a tempo de se juntarem aos demais familiares.
No aeroporto gente que tenta à última hora uma passagem a mais para aqui ou ali, abraços aos que chegam, a longa espera doutros pelo avião que se atrasou…
Com o computador na bagagem Maurício embarca, sem no entanto ter a certeza que vai ver toda a família, pois nas últimas 48 horas o telefone permaneceu mudo.
A nora esperava-o no aeroporto, mas sem noticias a não ser aquela de alguém que a tinha avisado que marido e filho tinham partido em segurança, mas clandestinamente, para o país vizinho, donde esperavam obter transporte para França.
Contarão depois que ainda foram interceptados quase a chegar ao lado de lá, mas escondidos sob fardos de mercadorias não tiveram mais problemas e estão agora nos braços comovidos de quantos os que nestes dias sofreram ansiosos pela sua chegada.
Os últimos quilómetros foram feitos à boleia, num camião de um português que estava de partida para Portugal, onde há dias lhe tinha nascido um filho.

Há Natais assim!

22.12.05

à espera dum conto

Estou a preparar um conto de Natal, mas se houver pressões bloqueio e vai transformar-se num conto de Carnaval, p'raí.
Entretanto vão-se entretendo em abrir este link e verem o que o Menino Jesus já me mandou:

http://holidays.blastcomm.com/holidays03.html

15.12.05

Pluralidade
















E eis senão quando...nos é apresentado, para agradar a "gregos" e "troianos", este conjunto de presépio (bem português), renas, bonecos de neve e árvore de Natal, numa pluralidade bem própria da época natalícia...

(a ver no Cascais-Shopping)

Gostaria de Ler


Gostaria de ler no Jornal da Região que não há pobres no concelho de Cascais em vez da notícia que “somente” na zona nobre de Cascais, para onde foram canalizados 260.000 euros (260 mil euros), as iluminações de Natal estão a funcionar. Cada Junta de Freguesia ainda não recebeu os 19 mil euros que lhes foram atribuídos já em Janeiro de 2005 para este efeito…
Gostaria de ler que a solidariedade se tem manifestado, particularmente nesta época, de modo a que todas as famílias tenham qualidade de vida, os que estão sós sejam acolhidos em colectividades, onde aliás todo o ano ali encontram apoio e ajuda, usufruindo dum bem caro a todo o ser humano, o sentir-se gente que tem carinho e amor.
Gostaria de ler que as crianças, as crianças Senhor!
Gostaria de ler que não há mais crianças maltratadas pelos pais e familiares, têm famílias harmoniosas, onde os laços são fortes, onde há uma inter ajuda, alicerces resistentes que augurem futuros equilibrados.
Gostaria de ler histórias sobre o respeito devido a cada individuo, seja ele de que credo, cor ou raça.
Gostaria de ler que a Paz veio até nós, e finalmente os direitos de cada povo foram devidamente salvaguardados.
Se foi para “ler” este mundo de abrolhos… com esses teus lindos olhos!
Antes fosse ceguinha…

E foi assim que me lembrei de António Nobre:

A Vida

Ó grandes olhos outonais! místicas luzes!Mais tristes do que o amor, solenes como as cruzes!Ó olhos pretos! olhos pretos! olhos corDa capa de Hamlet, das gangrenas do Senhor!Ó olhos negros como noites, como poços!Ó fontes de luar, num corpo todo ossos!Ó puros como o Céu! ó tristes como levasDe degredados! Ó Quarta-Feira de Trevas!Vossa luz é maior que a de três luas cheias,Sois vós que alumiais os presos, nas cadeias.Ó velas do perdão! candeias da desgraça!Ó grandes olhos outonais, cheios de graça!Olhos acesos como altares de novena!Olhos de génio, aonde o bardo molha a pena!Ó carvões de acendeis o lume das velhinhas,Lume dos que no mar andam botando as linhas...Ó farolim da barra a guiar os navegantes!Ó pirilampos a alumiar os caminhantes,Mais os que vão na diligência pela serra!Ó extrema-unção final dos que se vão da Terra!Ó janelas de treva, abertas no teu rosto!Turíbulos de Luar! Luas cheias de Agosto!Luas de Estio! Luas negras de veludo!Ó luas negras, cujo luar é tudo, tudoQuanto há de branco: véus de noiva, calDa ermida, velas de iate, sol de Portugal,Linho de fiar, leite de nossas mães, mão juntasQue têm erguidas entre círios, as defuntas!Consoladores dos Aflitos! Ó olhos, as portasDo Céu! Ó olhos sem bulir como águas mortasOlhos ofélicos! Dois sóis, que dão sombrinha...Que são em preto os olhos verdes de Joaninha...Olhos tranquilos e serenos como pias!Olhos cristãos a orar, a orar ave-mariasCheias de Luz! Olhos sem par e sem irmãos,Aos quais estendo, a toda a hora, as frias mãos!Estrelas do pastor! Olhos silenciosos,E milagrosos, e misericordiosos,Com os teus olhos nunca há noites sem luar,Mesmo no Inverno, com chuva e a relampejar!Olhos negros! vós sois duas noites fechadas,Ó olhos negros! como o céu das trovoadas...Mas dize, meu amor! ó dona de olhos tais!De que te serve ter uns astros sem iguais?Olha em teu redor, poisa os teus olhos! O que vês?O tédio, o tédio, oh, sobretudo o tédio! O mêsEm que estamos, igual ao mês passado e ao que há-deVir. Ódios, ambições, faltas de honra, vaidade(Quase todos a têm, isso é o menos), o orgulhoInsuportável tal o meu, e o sol de Julho!Jesus! Jesus! quantos doentinhos sem botica!Quantos lares sem lume e quanta gente rica!Quantos reis em palácio e quanta alma sem férias!Quantas torturas! quantas Londres de misérias!Quanta injustiça! quanta dor! quantas desgraças!Quantos suores sem proveito! quantas taçasA transbordar veneno em espumantes bocas!Quantos martírios, ai! quantas cabeças loucas,No manicómio do planeta! E as orfandades!E os vapores do mar, doidos, às tempestades!E os defuntos, meu Deus! que o vento trás à praia!E aquela que não sai por ter usada a saia!E os que soçobram entre a vaidade e o dever!E os que têm, amanhã, uma letra a vencer!Olha essa procissão que passa: um torturadoDe infinito! Um rapaz que ama sem ser amado,E para ser feliz fez todos os esforços...Olha as insónias duma noite de remorsos,Como dez anos de prisão maior celular!Olha esse tísico a tossir, à beira-mar...Olha o bebé que teve torre de coralDe imensas ilusões, mas que uma águia, afinal,Devorou, pois, ao vê-la ao longe, avermelhada,Cuidou, ingénua! que era carne ensanguentada!Quantos são, hoje! Horror! A lembrança das datas...Olha essas rugas que têm certos diplomatas!Olha esse olhar que têm os homens da política!Olha um artista a ler, soluçando, uma crítica...Olha esse que não tem talento e o julga terE aquele outro que o tem... mas não sabe escrever!Olha, acolá, tantos estúpidos, meu Deus!(Morrendo, diz-se, vão para o reino dos Céus...)Olha um filho a espancar o pai que tem cem anos!Olha um moço a chorar seus cruéis desenganos!Olha o nome de Deus, cuspido num jornal!Olha aquele que habita uma torre de sal,Muros e andaimes feitos, não de ondas coalhadas,Mas de outras que chorou, de lágrimas salgadas!Olha um velhinho a carregar com a farinhaE o filho no arraial, jogando a vermelhinha!Olha, lá vai saindo o paquete Dom GilCom os nossos irmãos que vão para o Brasil...Olha, acolá no cais uma mulher como choraÉ o marido, um ladrão, que vai «pla barra fora»!Olha esta noiva amortalhada, num caixão...Jesus! Jesus! Jesus! o que i vai de aflição!Ó meu amor! é para ver tantos abrolhos,Ó flor sem eles! que tu tens tão lindos olhos!Ah! foi para isso que te deu leite a tua ama,Foi para ver, coitada! essa bola de lamaQue pelo espaço vai, leva como a andorinha,A Terra! Ó meu amor! antes fosses ceguinha...António NobreParis, 1891

Adenda: desculpem a maneira como este post está formatado, mas não consigo de outra maneira...azelhice minha.)

12.12.05

Aroma de Natal



Nos últimos anos, por esta altura, dá-me um enjoo que só me apetece hibernar até Janeiro.
Já ando enjoada de luzes, sempre as mesmas, de música de Natal, sempre a mesma, de enfeites, sempre os mesmos…
Já em fins de Outubro começa a fantochada, denúncia da ganância ou aflição dos comerciantes e falta de discernimento dos compulsivos compradores.
As frases:
Tenho que dar
Tenho que comprar
Não sei o que hei-de dar, são frequentes, para alem de outras denotando que afinal a intenção nem sempre, ou quase nunca é a que deveria presidir às dádivas de Natal.
Nos meus tempos de menina a árvore fazia-se no próprio dia, com a colaboração de adultos e crianças enquanto a consoada era preparada pelas mulheres da casa.
Nos meus tempos de menina só as crianças recebiam no sapatinho as prendas que o Menino Jesus colocava à meia-noite pela chaminé e que logo pela manhã do dia 25 eram a surpresa e a alegria da pequenada.
Tive uma vez uma boneca que minha mãe vestiu em segredo com roupinha feita por ela e pelas empregadas da loja que ela possuía. Já casada tricotei para o meu marido (aí já os adultos recebiam prendas) uma camisola que em segredo me levou meses a fazer.
Agora são as compras à pressão ou á ultima da hora, as exigências dos jovens, as críticas dos adultos…
As prendas deixaram de ser “a lembrança”, para serem aquela obrigação que nos deixa depenados, muitas vezes são dinheiro como resolução fácil ou a pedido.
No meio de todo este enjoo, há dois dias, na Parede, ao passar por uma venda, aspirei o verdadeiro aroma do Natal, nada menos do que os cheiros de pinheiro e ananás juntos.
Eu sei que as coisas mudam, eu gosto que as coisas mudem, mas por favor com amor!
Dêem Amor em cada lembrança de Natal!

11.12.05

O Quadro


O Bar finalmente abrira!
A decoração estava sóbria como entendia que devia ser uma decoração de um bar de convívio.
As colunas de som bem distribuídas transmitindo a música ambiente que era de desejar numa casa como aquela, requintada e cuidada ao gosto de clientela que se esperava especial.
Nas paredes alguns quadros, faziam parte duma exposição que estivera já numa galeria sem grande sucesso.
Aqui, na penumbra do bar, as cores eram mais dramáticas e o movimento das formas mais ousado, com sombras significativas aqui e ali.
Eram ao todo oito, de diversas dimensões, que se uniam entre si por um fio condutor de um único tema: “O Grito”.
Pertenciam a um pintor anónimo e principiante que, dependendo da aceitação do público poderia vir a ser um dos pintores da moda ou não, e claro do mecenas, dono do bar.
Os primeiros dias foram eufóricos, com gente entrando e saindo, convívio alegre e “gay”, sem pleonasmo…
Aos poucos o ambiente foi ficando mais íntimo, mais propício à convivência calma de uma boa tertúlia, o tempo necessário para deitar um olhar em redor e reparar na angústia daqueles “gritos” pendurados à espera dum olhar mais atento.
Havia um, em especial, que chamava a atenção de quem circulava pelas paredes um olhar curioso, o grito da hiena, cabeça de mandíbulas abertas num apelo enigmático, a morte espalhada até a um pôr-do-sol deslumbrante.
Foi o único que foi roubado naquela noite em que o bar foi assaltado por um bando que destruiu tudo o que era possível de destruir, deixando junto do pintor, inconsciente, os gritos dilacerados, espalhados pelo chão.

10.12.05

O 3º debate.



Tenho gravados os dois primeiros, mas ainda não vi.
Este, na RTPN, acabei agora de ver.
Cavaco Silva não olha os interlocutores de frente, o seu olhar é dirigido para baixo, como se estivesse num plano superior, apesar da sua manifesta falta de confiança, mãos que tremem, denunciando um certo nervosismo. O seu discurso sempre fugindo para a governação, embora um alerta interior o corrija de vez em quando.
Francisco Louça tem o dom da palavra e o conhecimento dos dossiers. Como deputado está melhor informado e expõe de forma mais clara os seus pontos de vista.
Falo de dois candidatos em quem não votarei, eu, sem o dom da palavra e sem o conhecimento da política como conviria, que me perdoem os meus leitores.

9.12.05

Fui deitar o Sol!






Hoje fui deitar o Sol nas ondas do Mar.

ficou o azul na água,

E o adeus no Céu!

Análise

Perdi um pouco o ritual…
Perdi um pouco de incentivo.
A descoberta deixou de ser aquele brinquedo novo que me deixava absorvida até o dia raiar.
A net!
Passeei muitas vezes pela noite adentro de mão dada com as palavras, ideias que surgiam às vezes já quando o sono queria tomar conta das minhas pálpebras, em batidas compassadas.
A net!
Começaram a aparecer as pessoas, tornaram-se reais, algumas delas.
O passado em simples narrativa, tão aliciante para alguns, o meu passado, por mais passado do que o deles, foi pretexto para elogios e grandes cumprimentos.
Eu estava contente comigo mesma e os outros também, e eram disso causa.
Veio depois o hábito, a habituação, e daí ao vício foi um passo. Não sendo mulher de vícios fui aos poucos alterando os passos, voltando aos antigos costumes, não deixando porém de ficar presa ao que se passava na net.
Numa idade em que as coisas se passam mais rápidamente, ao contrário do desenvolvimento das células, fui aos poucos deixando que o deslumbramento fosse ultrapassado, e aqui me surge uma dúvida…pela preguiça ou pelo stress?
Algo veio tomar conta das minhas horas, daquelas horas de lazer que me traziam até aqui, inventando “estórias”. “Mexer-me” para o que é essencial exige de mim toda a energia disponível. Daí que os últimos posts sejam pobres e desmotivados.
Creio que nestas situações o único remédio é deixar o tempo passar e esperar que os neurónios se recomponham, quiças não sobrecarregar a mente à procura pelo meandro da imaginação daquilo que, estou certa, virá naturalmente, depois da casa arrumada.
Aqui ou ali vou dando conta do estado da situação, na medida do possível.

5.12.05

Ainda o Outono


Do Outono
há folhas caídas pelo chão,
com que o vento brinca
e saudades dentro de nós.
A luz é difusa,
os dias pequenos,
os meus passos me levam
ao futuro incerto...

4.12.05

O Outono ao pé de casa


O Outono ao pé de casa.
Face quente de ventos e abraços,
Chuva miúda caindo pelos beirais,
Escorrendo em tristeza como lágrimas
Em tardes de frio adivinhado.

Enterra paixões...

ABCRecebi um mail de um amigo do Porto que "reza" assim:

Deves achar estranho o titulo desta foto nao?Isto e foto de uma tasca na rot da boavista. Entao, as pessoas passam nos funerais para o cemiterio. Findas as cerimónias vai tudo para esta tasca "enterrar" as magoas, entendeste?Macabro não?Mas é assim que a tasca é conhecida.Beijinhos e bom domingo para todos voces

1.12.05

D'África


Arte Qui, 06/10/2005 - 17:02, por china
O Guardian publicou hj uma conversa com o escritor David Cornwell, mais conhecido pelo pseudônimo John le Carré
O autor de "O Espião que Saiu do Frio" comenta a adaptação para o cinema do livro, The Constant gardener (O jardineiro fiel), feita pelo Fernando Meirelles.
Cornwell aprovou a atualização de alguns diálogos incluindo críticas à participação britânica na invasão do Iraque.
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Por razões laborais entrei na sala de cinema já o filme tinha começado, o que me dificultou a integração no ambiente do filme.
Mesmo assim senti a amplitude da paisagem africana, a impressionante cor vermelha da terra, uma acácia, mas sobretudo o povo, a miséria, a doença...
Surpreendentemente o sorriso, a alegria nos rostos das crianças
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