10.11.04

um acto de amor

ainda bem que se sentou aqui, menina, estava com mêdo que fôsse aquele...
ela sorriu e acenou com a cabeça num gesto cúmplice.
e sentada à janela do comboio a velhinha confidenciou que já tinha tirado os "ouros", pois o caminho da estação até a casa, a pé, era escuro e longo.
a "menina" olhou a idosa e enterneceu-se, lembrava-lhe a mãe, já falecida.
saíram na mesma estação e foi cada uma para seu lado, enquanto a jovem se metia no carro, estacionado mesmo ali, a velha senhora seguia devagar junto à linha, lembrando-lhe mais uma vez a figura da mãe.
tinha percorrido poucos metros e parou!
entre, disse, esticando o braço e abrindo-lha a porta do lado do passageiro.
depois de a deixar à porta de casa,feliz, entregue à filha e aos netos retomou o seu caminho.
chegou a casa, cansada mas contente...bebeu um café e só então
abriu a carteira e despejou em cima da mesa o espólio desse dia, conseguido à custa de uns tantos empurrões nos transportes públicos...

1 comentário:

Anónimo disse...

Enternecedor.De facto somos todos iguais, embora uns roubem e outros não.
Estou a gostar muito destas mínguas estórias!
Parabéns!!