30.11.04

Ondas

Tinha olhos pequeninos, de criança assustada, como se tivesse passado a infância a piscar de medo.
Era, no entanto, no geral, uma pessoa agradável e com o raro dom de irradiar calma e confiança.
Para completar era bem disposto e de um humor contagiante.
Foi portanto fácil para ela enamorar-se, deixar-se envolver pelo ambiente de descontracção que sempre predomina nestes cruzeiros de férias.
Começaram por tomar um aperitivo juntos, juntaram-se na mesma mesa e passavam ao salão, onde assistiam já inseparáveis ao espectáculo da noite.
Mas era ao entardecer, já de fatos mais cuidados, prontos para o jantar, que no piano-bar se deixavam envolver pela magia da música e pela luz do Sol deitando-se em lençóis de Mar.
Entre confidências, mergulhos na piscina e em terra a ronda dos bazares, tornaram-se bons amigos.
Mas chegou o tempo que tinha de chegar, o das despedidas e como sempre acontece, promessas de encontros e mensagens...
Apesar das saudades que já sentiam, desceram as escadas sorridentes, piscando o olho
No porto esperava-os os companheiros, respectivamente o João e o Eduardo.

1 comentário:

Anónimo disse...

"Quand vient la fin de l'eté, sur la plage/il faut allors se quitter..."_ conhecida canção...beijo grande, th!IO