Era, naquela altura, uma mulher de meia-idade, que aos quarenta já se não era muito novo.
Pessoa austera, tanto quanto me lembro, e não sei como seria um sorriso nos seus lábios finos, de quem não está lá muito bem com a vida.
O retrato, à distância de 65 anos pode não corresponder ao real, mas a impressão que deixou em mim, essa é que é a verdadeira.
Na sala do primeiro andar ministrava saberes que mais tarde exigia no papel, preto no branco, em caligrafia aprimorada, de quem sabe o que está a fazer.
Ela era a extensão harmoniosa da casa de minha mãe, com um lugar para cada coisa e cada coisa no seu lugar, regra que foi cartilha na minha vida até há pouco, quando deixei de ter espaço para cada coisa e coloquei prioritariamente os afectos no seu lugar!
Com ela aprendi a pensar, a desfolhar a flor de mil folhas que é a da sabedoria.
Podia não sorrir, mas nos transmitia confiança, segurança e nos sentíamos gratas pelas coisas bonitas que íamos aprendendo…o A E I O U.
Quando fiz o exame da 4ª classe não só sabia ler e escrever, como a tabuada, somar, diminuir, multiplicar e dividir… pelos outros o que ela nos tinha dado. E tinha aprendido, muito mais importante que isso, o caminho para a aprendizagem, que ainda hoje percorro.
Era assim a D. Maria Macário, a minha professora da 1ª classe.
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