Os blogs são como as cerejas, daí que depois da minha volta diária pelo agualisa3, passei, pela mão do JT, para
coisas de África, donde tirei este excelente Poema:
MÃE NEGRA
A mãe negra embala o filho.
Canta a remota canção
Que seus avós já cantavam
Em noites sem madrugada.
Canta, canta para o céu
Tão estrelado e festivo.
É para o céu que ela canta,
Que o céu
Às vezes também é negro.
No céu
Tão estrelado e festivo
Não há branco, não há preto,
Não há vermelho e amarelo.
- Todos são anjos e santos
Guardados por mãos divinas.
A mãe negra não tem casa
Nem carinhos de ninguém...
A mãe negra é triste, triste,
E tem um filho nos braços...
Mas olha o céu estrelado
E de repente sorri.
Parece-lhe que cada estrela
É uma mão acenando
Com simpatia e saudade...
Aguinaldo Fonseca in Primeiro Livro de Poesia
(selecção de Sophia de Mello Breyner Andresen)
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3 comentários:
vPoema arrebatador, tão triste como verdadeiro!
O pior é que são milhões de mães negras...
Lindo, Theo!
os blogs sao como as cerejas. são sim.
theo
o jogo nao está esquecido mas ando com os dias de pantanas. ja interrompi a minha "viagem" uma vez...
já bandonei por uns tempos os meus amigos...
estou a voltar...
e depois coloco aquele jogo que eu achei girissimo...
mas sou capaz de alterá-lo um bocadinho
beijinhos da leonor
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