23.9.05

A Campainha!

flohy-telekommunikation-gelb-schwarzTinha o táxi à espera, as malas prontas, tudo à mão para a viagem.
Descia as escadas quando o telefone tocou. Parou por um instante para se certificar se era o telefone do seu apartamento. Nunca chegou a saber pois portas houve que bateram com força tal que todo o prédio tremeu, gritos vindos de um dos andares de cima abafaram o som da campainha do telefone que entretanto emudeceu.
Já perto da porta da entrada o mesmo toque, lá em cima, dum telefone que chamava por alguém, desesperadamente…
Tinha o táxi à espera, as malas eram pesadas e tinha pressa. Colocada a mala grande no porta-bagagens e a mais pequena a seu lado e ainda antes de entrar no carro foi ao átrio…o telefone continuava a lançar chamamentos lancinantes de quem me acode! Hesitou por um instante, pediu ao motorista que esperasse e começou a subir as escadas apressadamente, quando chegou à porta é que deu conta que deixara as chaves na mala pequena. O telefone, entretanto amuado, desistira…era o seu, tinha quase a certeza.
Bem, nada a fazer, entrou no táxi que arrancou apressado para o terminal dos autocarros. O motorista era seu conhecido e ajudou-a a colocar as malas nos sítios, a mais pequena iria consigo pois tinha lá documentos que convinha trabalhar durante a viagem. Foi quando tentou ligar para o hotel onde ficaria, a confirmar, que não encontrou o telemóvel nem a bolsa pequena onde estavam todos os documentos, passagens, etc.
Correu para a saída e por sorte o motorista ainda lá estava a meter uns emigrantes que acabavam de chegar.
Graças ao seu poder persuasivo lá conseguiu convencer todos da sua urgência, que o era de verdade, faltavam 45 minutos para o embarque.
Como fora possível, ela que era tão cuidadosa com estas coisas…tinha sido o telefone, o raio da campainha que não cessava de tocar na sua cabeça!
As chaves! Não esquecer as chaves, as malas ficavam à guarda da companhia de viagens para o caso de se atrasar e ficar em terra.
O trânsito começava a estar compacto e pareceu que jamais chegariam a tempo, mas não, apenas tinham passado uns dez minutos quando transpões a porta da rua. Tinha que subir as escadas novamente, o elevador estava avariado há já dois dias.
O telefone tocava, desta vez não tinha dúvidas… as chaves caíram com a atrapalhação e quando finalmente entrou em casa, as luzes desligadas, tropeçou e caiu, batendo com a cabeça na esquina da mesinha de entrada onde o telefone continuava a tocar…
Quando, estranhando a demora, o motorista subiu as escadas e foi ver o que se passava, encontrou-a desmaiada e depois de várias tentativas para a despertar resolveu chamar uma ambulância, pois lhe pareceu que o caso era sério.
Quando acordou, no hospital, não se lembrava de nada. Foi só mais tarde, dois dias depois, que ao chegar a casa e ao ouvir o telefone tocar se apercebeu de tudo o que tinha acontecido.
Sentou-se no sofá à espera, já era noite quando a campainha a acordou, esticou o braço e pegou no telefone. Estranhamente a campainha continuava a tocar…ah! Era a campainha da porta, uma vizinha que vinha saber da sua saúde. Mal acordada tinha feito aquela tremenda confusão.
Foi só no dia seguinte que o telefone tocou, perto das 8,30h da noite, estava a ouvir o noticiário, mas quando lá chegou tinham desligado.
Recuperada da queda, precisava de organizar a sua viagem, aquela que tinha sido interrompida pelo toque da campainha; eram negócios que não podiam esperar mais.
Desta vez desceu de elevador, entretanto consertado, mas mal…ficou presa entre o 3º e o 2º andares, donde podia, distintamente, ouvir a campainha do telefone…

(lol…pode acontecer a qualquer um)

1 comentário:

Mocho Falante disse...

uff que canseira...

é por estas e por tantas outras que rede fixa cá em casa não há!!!

Beijocas