Do Luso-Moçambicano (se assim lhe posso chamar...)
e sob o Pseudónimo de:
José Alberto Sitoe,
Poesia Moçambicana
"Subúrbios by night"
Lá no beco da ti’Juliana
logo logo tem a cantina do Dias mulungo
e há uma árvore que sabe das coisas
ela viu tudo, tudo.
A luz do jeep cinzento
as fardas pretas e os bastões
viu as botas ouviu os gritos
ela viu tudo, tudo
lá no beco da ti’Juliana
onde o caniço está partido
eles bateram, bateram, bateram
no fim das luzes ficou um corpo caído
mais o caniço, tudo partido
nem o Dias nem ninguém
abriu uma janela, uma porta, um grito
a ti’Juliana dormia sem sono
a árvore viu tudo tudo.
Foi lá no beco escondido,
as fardas pretas arrombaram o caniço;
as botas pisaram, os bastões bateram
e a árvore viu tudo tudo
De manhã passos de criança
sob a árvore que sabe das coisas
misturaram areia ao sangue caído
lá, onde o caniço está partido
os pés correram as mãos brincaram
lá onde o caniço está partido
onde está a árvore que sabe das coisas
ela que viu tudo, tudo
Um dia crescerão e
eles sabem tudo, eles sabem tudo
(para ver neste blog, de Carlos Gil)
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
2 comentários:
O Sitoe mandou-me um mail, muito contente com a publicidade. E disse mais: que, quando cá vier a Portugal, insiste em dar-te um beijo, pessoalmente!
... e não é que eu fiquei ciumento?!
A Sebenta
Enviar um comentário