9.4.05

La Lys


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Desde miuda que a batalha de La Lys sempre me faz recordar uma criada que tivemos, cujo marido tinha estado debaixo do fogo alemão e saído ileso. A mesma que me ensinou a dançar, imaginem, o charleston...

"A prova máxima para as tropas portuguesas deu-se a 9 de Abril de 1918, quando o comando alemão determinou que fosse lançada uma grande ofensiva sobre as linhas aliadas, incidindo todo o esforço inicial sobre o sector português. Foi o começo da chamada Batalha do Lys (nome do rio que banha a região)."

Mas desde o ano passado que a data tem outra dimensão, é dia de aniversário, sim, mas do nascimento de um magussinho chamado Gil, que nos enche de alegria e ternura. O multifacetado Web que gosta de brincar aos personagens e deles tem precisão para dar largas ao seu inventar...
E aqui deixo aquilo que nunca é demais para dar a um amigo...um abraço

4 comentários:

Bastet disse...

Deixo eu aqui também uma visita amiga :)

Carlos Gil disse...

O meu beijo mais terno é teu, Theo, pitinha-mor deste mangusso ora já cinquentão e às vezes cinzentão. Mas que te adora...

Anónimo disse...

Curioso como uma mulher hiper-arejada como a th, usa a expressão "criada" para se referir a uma assalariada contratada para prestação de trabalhos domésticos na sua casa de família. E fá-lo, julgo eu, para conservar a patine da narrativa metida no seu tempo. O termo "criada" vem dos tempos senhoriais em que a subsistência de meninas camponesas era garantida pela sua entrega a "casas ricas" e que, a troco da prestação de serviço doméstico, faziam a sua transição para mulheres, aprendendo as artes de lide de casa e o enxoval modesto para quando se casassem (muitas vezes, composto pelas roupas e acessórios que as senhoras lhe iam dispensando pelo enfado de uso ou de falta de uso). Além do mais, na observação e conservação dos usos e costumes dos "senhores", a assim "criada", ia fazendo a sua aprendizagem da vida social, das premissas da ideologia dominante e dos patamares hierárquicos da escala social. Não vem ao caso ir pelas veredas perversas deste caminho, na maioria das vezes com a sexualidade "criada" na cama do patrão ou de seu herdeiro, o que, mor de vezes, bloqueava o fim principal da sua entrega aos senhores porque perdida a virgindade, o ciclo de adaptação social quebrava-se e ou se ficava "criada" para o resto da vida ou se optava pelo "el dorado" da prostituição (era entre as "criadas" que os proxenetas recrutavam preferencialmente). Tipicamente, nos casos de sucesso, o que predominava era a ligação sentimental da "criada" (outras vezes designada como "sopeira") com um recruta do Exército (o "magala" tb, por regra, oriundo da campesinato) que desembocava num casamento com ou sem afectividade mas sempre com o sonho comum de emancipação social ao nível mais baixo mas respeitável. A "revista à portuguesa" usou este estereótipo de casal (sempre com o cunho do ridículo associado) até à exaustão. No caso vertente, narrado pela th, talvez a ligação da sua "criada" com o "magala" de La Liz tenha atravessado este mesmo estereótipo. E, assim, eu fico de água na boca, esperando mais. Beijo amigo do João Tunes

Anónimo disse...

Para mim, criada era a que só tinha deveres, enquanto a empregada, além dos deveres, tem direitos _ IO.