22.2.06

A Culpa IV

á dois dias que ninguém tem sossego cá em casa.
Alberto foi libertado sem culpa formada porque alguém, não sei quem, foi em sua defesa justificando a presença na vivenda onde era acusado de entrar sem permissão. Agora o que ele tinha ido lá fazer eu não sei, que ele só contou para o Júlio.
Alberto e Júlio eram primos direitos, filhos de duas irmãs gémeas; eu e minha irmã considerávamo-lo nosso primo por o conhecermos desde miúdas e por Sara sempre ter sido a namoradinha de Júlio.
Os dois sempre foram muito cúmplices quer nas brincadeiras quer em assuntos mais sérios. E nós sabemos como os homens são leais entre eles. Por isso apenas soubemos que Alberto tinha sido apanhado dentro duma propriedade sem que para isso tivesse autorização dos donos.
Safou-se e nós ficamos sem saber ao certo o que na verdade se tinha passado tanto antes como depois.
Há dois dias que ele não sai do quarto, sem se alimentar direito e ouço-o andar de um para outro durante a noite.
………………………….
Acabou de chegar uma carta para ele, entregue por um rapazito, vindo da Vila, segundo nos disse a Rosa.
Fui lá acima entregar-lha; ficou a olhar para mim, com a carta na mão sem a abrir, eu olhando para ele, sem saber o que fazer.
Dei meia volta e desci…espero que as coisas se esclareçam e possamos viver …
Meu Deus que barulho foi este? Parecia um tiro…


1 comentário:

Mocho Falante disse...

eh láááá´que a coisa anda agreste com estas "Culpas" E o que eu adoro as Letras iniciais dos contos.

Beijocas