17.2.06

A Culpa

The Phallic's Culpa Acrylic & Canvas




inha acabado de tomar o pequeno-almoço quando olhei pela janela e vislumbrei o Alberto que vinha subindo o caminho que conduzia à garagem.
Vinha a passo largo e meio desconfiado, olhando para todos os lados.
Trazia um saco que devia conter algo pesado, pela maneira como o segurava, que mudava de mão de vez enquando.
Retirei-me para dentro antes que ele se desse conta que eu o vira, pois a sua atitude me pareceu de certo modo suspeita e intrigante.
Pouco depois ouvi um motor a arrancar e Alberto que saía para a estrada, quase sem fazer barulho, ao volante do Audi velho que quase ninguém usava.
Desci à garagem para ver se descobria alguma coisa que pudesse explicar a maneira de agir furtiva e misteriosa do meu bondoso primo.
Nada, a não ser o facto de ali faltar o único carro que toda a gente evitava conduzir, dada a sua história, quando ainda restavam dois, prontos a ser usados.





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