19.2.06

A Culpa II


hovia e ventava quando as visitas chegaram ontem para o jantar. O nervoso fazia-as rir, roupas e guarda-chuvas esvoaçando numa dança tomada de pânico.
Os aperitivos aqueceram os corpos, a lareira as roupas, a boa convivência os amigos.
O jantar correu bem, como era costume, outra coisa não era de esperar da ciência culinária de Rosa, a nossa velha Rosa.
Éramos sete, sendo eu a única sem par, a caminhar para tia sem sobrinhos…
De Alberto nem sinal.
Por isso me assustei quando o vi entrar na cozinha hoje de manhã, tinha um olhar esquivo, mãos e cara arranhadas.
Que te aconteceu? Perguntei meio assustada.
Nada de grave, nada de grave, caí, disse ao ver-me aflita.
Como, onde e o carro?
Vim a pé, o carro avariou.
Que andas tu a fazer? Vi-te ontem à tarde.
Viste, mas não viste, ouviste? Depois eu conto-te, agora não, ainda é cedo



1 comentário:

Mocho Falante disse...

o que eu me delicio a ler estes contos... beijocas