23.2.06

A Culpa-Finale





tarantados, como moscas, aparecemos todos na sala perguntando-nos o que seria aquele barulho.
Mais dois “tiros” como aquele que nos fez rodopiar, bonecas tontas, e afinal para chegarmos à conclusão que era o Audi que regressava a casa depois de (mal) concertado.
Já identificados com a fonte do barulho, corações aquietados, voltamo-nos para Alberto para o interpelarmos sobre a razão de tão intempestiva aparição, mas já ele tinha desaparecido ao encontro do mecânico, que se desculpava com gestos largos, coçando a cabeça.
Ao jantar tudo se esclareceu, pensaram eles, que eu continuo com imensas dúvidas.
-O homem do casal da vivenda onde o Alberto tinha sido apanhado em flagrante era um velho amigo de Júlio que a seu pedido tinha incumbido o primo de fazer uma secreta investigação sobre uma suposta infidelidade da mulher.
O Audi era pouco conhecido nas redondezas e por isso tinha servido como transporte para tão bizarra missão. Mas tinha avariado ao ponto de quase ter mandado Alberto ravina abaixo. De noite, noite escura, acabou por cair e ferir-se, como tínhamos visto.
A investigação não deu quaisquer resultados (aqui para nós penso que o homem que visitava a senhora em questão era o próprio Júlio), sabendo o meu cunhado de fonte segura que o dito marido é gay e pretende o divórcio para ir viver com o companheiro, com uma boa maquia no banco.
Sara, que é a ingenuidade em pessoa, em tudo acreditou, sem ver a piscadela de olho entre os primos…eu não!

1 comentário:

Rui disse...

Sim, tipica solidariedade masculina.
Gostei muito.