15.6.05

Dos Poetas I

NOITE - VASCO LIMA COUTO


Refrão:
Noite companheira dos meus gritos
Rio de sonhos aflitos
Das aves que abandonei
Noite céu dos meus casos perdidos
Vêm de longe os sentidos
Nas canções que eu entreguei

Sou da noite um filho noite
Trago rugas nos meus dedos
De guardarem os segredos
Nas altas pontes do amor

E canto porque é preciso
Raiar a dor que me impele
E gravar na minha pele
As fontes da minha dor

Refrão:
Noite companheira dos meus gritos
Rio de sonhos aflitos
Das aves que abandonei
Noite céu dos meus casos perdidos
Vêm de longe os sentidos
Nas canções que eu entreguei

Oh minha mãe de arvoredos
Que penteias a saudade
Com que vi a humanidade
A minha voz soluçar

Dei-te um corpo de segredos
Onde arrisquei minha mágoa
E onde bebi essa água
Que se prendia ao luar

Refrão:
Noite companheira dos meus gritos
Rio de sonhos aflitos
Das aves que abandonei
Noite céu dos meus casos perdidos
Vêm de longe os sentidos
Nas canções que eu entreguei

Vasco Lima Couto

Publicado por João Carvalho Fernandes às novembro 17, 2004 08:28 AM

Comentários
O Vasco de Lima Couto foi um dos grandes poetas do séc. XX português que, como muitos outros, continua abafado na vasta sombra de Pessoa por culpa dos nossos limitados editores e amantes de poesia.
Um abraço a Simone de Oliveira que eternizou também com a sua bela voz as palavras e as emoções de Vasco de Lima Couto.

2 comentários:

José Daniel Ferreira disse...

Sou um grande admirador da vida e obra de Vasco de Lima Couto.
Obrigado pelo poema.
Convido-vos, se o administrador deste blog não levar a mal, que visitem o meu blog, onde tenho uma parte dedicada ao Vasco L. Couto, com uma biografia, poemas e fotografias. Espero que gostem.

www.conversamuitaconversa.blogspot.com

José Daniel Ferreira disse...

Os posts sobre o Vasco de Lima Couto estão no mês de Junho de 2005 dos arquivos do Blog. Passem por lá e conhecam mais da sua vida e obra.