10.1.05

Mas não

Atiro com as primeiras palavras e espero que elas me devolvam algum calor.
Mas não.
Nelas encontro o mesmo frio, a mesma ausência.
E é então que me invade o cansaço, postura de braços caídos.
E de repente vejo que o caminho tem sido amiúde sombreado...
Que é feito da raiva? Da revolta das palavras e dos sentimentos?
Para onde foi a força que mantém os "anima" à tona, sem grande sofrimento?
Os Reis já partiram para seus reinos e costumam levar consigo aquela inquietação própria dos tempos.
Mas não.
Está frio dentro e fora de mim e eu tento não desistir!
Olho para mim e tudo em mim resvala para uma apatia desoladora.
Onde está essa outra que caminha tendo beleza no olhar, leveza nas passadas...
Virei minha pele do avesso e não vejo ofensa ou mal dizer, mas as palavras, essas, continuam frias e distantes, anjos caídos...
Há fragilidades escondidas, um mundo de contradições a ultrapassar...
Mas não.

3 comentários:

Anónimo disse...

Não, quem escreve assim, tão bem, não pode desistir!! _ IO.

Anónimo disse...

É só cansaço....faz parte dos ciclos........estás em acordo com eles........deixa-te estar de braços baixos.....descansa.........sorri, cerra os olhos e respira fundo.....mas não entristeças por isso.......
bj bom Th querida

Carlos Gil disse...

Eu deixo um coração cheio de beijos, se me permites a ousadia e o excesso, Th...