3.7.05

Ciúme

Logo que li o post do Bê, senti desejos de falar sobre o ciúme e lembrei-me do que li no livro do Alberoni, Enamoramento e Amor.
Ciúme pressupõe sentido de posse, insegurança, prepotência e todos aqueles sentimentos que provocam dor, sofrimento e desgaste numa relação.
Algo parecido com o ciúme é a angústia de perder o outro para alguém que o vai subtrair às nossas carícias, imagina-lo a dedicar-lhe sentimentos que só queríamos para nós.
Mas a partilha do Amor é algo novo, bem mais difícil de compreender e especificar. É aquele sentimento que nos deixa livres e deixa livre o outro, porque na troca de sentimentos nós sabemos o quão importante somos, na certeza do lugar que ocupamos.
Não é nem menos Amor nem menos sentimento, pelo contrário, é estar arrumado dentro de si, sem egocentrismos.
Pena é que para conseguirmos esta libertação tenhamos que passar por grandes provas, dolorosas provas, condimentos que tornam a nossa personalidade quiçá mais verdadeira, sem aqueles mesquinhos sentimentos de posse e insegurança.
Até que ponto o “ciúme” também se está modificando, descobrindo-se como um sentimento não aprisionável da personalidade do outro, mas como uma faceta mais subtil, mensurável do Amor.
Num mundo onde há tanto desAmor seria bom que pudéssemos partilha-lo mais, e com isso fossemos mais felizes.

1 comentário:

Mocho Falante disse...

é pior do que não ter amor é experimentar o desamor e esse é muito frequente, mas na verdade quando amamos, o ciume faz sempre parte do condimento e na dose certa sabe sempre tãoooo bemm