14.5.05

O Mocho

mocho1


E enquanto fui passeando ouvi poesia ao som do mocho, amigo e admirador,

E Por vezes


E por vezes, as noites duram meses
E por vezes, os meses oceanos
E por vezes, os braços que apertamos
Nunca mais são os mesmos, nunca mais
E por vezes, encontramos de nós em poucos meses
O que a noite nos fez em muitos anos
E por vezes, fingimos que lembramos
E por vezes, lembramos que por vezes
Ao tomarmos o gosto aos Oceanos
Só o sarro das noites não nos meses
Lá no fundo dos copos encontramos
E por vezes sorrimos ou choramos
E por vezes num segundo se evolam tantos anos

E por vezes sorrimos ou choramos
E por vezes num segundo se evolam se envolam tantos anos

posted by Alexandre Paradela at 3:57 PM

3 comentários:

Mocho Falante disse...

Hoje, enquanto ouvia Ulisses, o último trabalho de Cristina Branco, abri esta Sebenta de palavras coloridas e um largo sorriso se abriu na minha cara, quando vi este "E Por vezes" espelhado aqui...

é que por vezes "sorrimos ou choramos
E por vezes num segundo se evolam tantos anos"

Desta vez sorri, mas mesmo que a lágrima caísse pela sensiblidade destas palavras não fazia mal, é que "E por vezes, encontramos de nós em poucos meses" e por vezes descobrimos que as palavras nos envolam os nossos sentidos, o nosso Ser

Bem Haja! :-)

Anónimo disse...

Mto sentidos e mto sábios estes meses e oceanos e estes anos que se e(n)volam em segundos.

Sobre isto, disse um outro engenheiro sábio que "os horrores do inferno podem ser experimentados num único dia; é tempo de sobra."

Bastet disse...

Obrigada th, por me teres trazido esta leitura. :)