17.1.07

O Poeta e eu



Tinha decidido recomeçar a estudar para ter acesso ao ISPA, já que a psicologia se tornara numa paixão.
Tínhamos entrado no ano escolar de 1976, as aulas eram de manhã e eu trabalhava nessa altura de noite, num Bar Gay.
Talvez por isso ou por outra incógnita razão, um dia estava eu no corredor à espera da aula quando me puz a questão:
o que é que eu estou aqui a fazer? dei meia volta e saí porta fora e não voltei.
Deixei uma marca, uma publicação no "Boletim Literário dos Alunos..." dum trabalho que nos tinha sido pedido pelo professor de Português, entre a frase de Fernando Pessoa (Valeu a pena? Tudo vale a pena se a Alma não é pequena) e o poema de Antero de Quental "Palácio da Ventura".
Aqui vos deixo o manuscrito e a publicação por ter sido um trabalho que gostei de fazer e do resultado do mesmo.
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É Grande o Coração do Poeta


Tudo vale a pena…

Os ermos que regaram os seus prantos,

Os desesperos, as sombras e quebrantos,

Os caminhos vãos que andaram.

E a noite e o pó e a cinza.


Diz-lhe coração, feito valente,

Diz-lhe que tudo vale a pena

Que a alma do poeta não é pequena,

Pois viver nunca é em vão

Quando a crença é a espada do coração


Se tu vês no amor a razão da própria vida,

E da altura da pena repetida,

Consideras que não foi demais o desengano e a dor

Em vez de flores e encantos e luz de Primavera!

Tu és grande!

Olha o Mundo de frente e continua…

Viver não é em vão e isto é a vida!

Teodora B.
Adenda: o poema pode não estar dividido em versos, como o original, pois tenho tido problemas com o blog, por esse motivo vou postá-lo no
rrras-te-parta

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