3.7.16
La Petite Fille
A Criança
La petite fille, como lhe chamava avó, francesa de nascimento, já portuguesa de coração!
A avó Antoinette viera fugida à guerra, pequena ainda nos seus 6 aninhos, desconhecedora do que se passava na Europa de Charles de Gaule e Hitler…os pais, mais tarde levados para Dachau, receosos dos acontecimentos, a mandaram , com outras crianças, para outros lugares para famílias acolhimento, em Portugal!
La apetite fille, de nome entre o francês e já o português de seus pais, era a pequena Claire, ou Clara como era conhecida dos amigos!
Antoinette trouxe consigo fotos que ia mostrando à neta para que ambas não esquecessem as suas origens!
Em casa de Clara já ninguém falava da guerra e seus horrores, seus entes queridos tombados às mãos assassinas dos seguidores de Hitler ou Theodor Eicke, comandante do Campo de Dachau1
Eram agora os radiosos anos de 1986, Clarinha brincava na areia da praia, rodeada dos cuidados da avó, não fosse uma onda traiçoeira a levar para águas mais profundas…e foi nessa praia que Antoinette conheceu André, e se uniram mãos e olhares, como se se conhecessem desde sempre.
Hoje é dia de festa, la apetite fille Claire vai de ramo em punho acompanhando os noivos! Antoinette e André se casam seus sentimentos e seus corpos, num advir que se pressente venturoso e de longevidade!
………………………
Theo pousou os dedos e deu por fim a estória que prometera…ela aí está! Para os conversadores dos fanáticos dos falcões que a desafiaram, com um simples beijo!
theo 3-7-2016
(foto de Dódó e sua avó)
8.11.14
Teodora e a História
Teodora e a História
Teodora nasceu nos anos 30 do século XX na cidade do Porto, Salazar e Hitler subiam ao poder.
Começou a ir à Escola Primária no ano em que começava a 2ª Guerra Mundial, a 2ª Grande Guerra e fez a 4ª classe ainda antes do Acordo Ortográfico de 1945. Por vezes hoje ainda escreve teem e veem, que foi como aprendeu com a sua exigente professora do ensino primário.
Desistiu do seu curso de secretariado no Instituto Comercial do Porto para se casar, em plena Guerra-Fria, que as meninas nessa época eram as futuras “donas de casa”, ficavam em casa a tratar do marido e depois dos filhos.
No ano de 1974, depois do 25 de Abril, separa-se, divorcia-se e começa a trabalhar.
Em 2003 compra um computador e em 2004 começa o seu blog “A Sebenta”, mais tarde o “Postado a Limpo”, e para desabafar do que vivia errado o “rás-te-parta".
Foi a primeira a assinar pela internet a ILC (Iniciativa Legislativa de Cidadãos) e continua a bater-se contra o AO90, que nunca aceitou nem irá adoptar.
27.10.14
OS DEDOS E AS TECLAS
Os dedos e as teclas
Os Dedos e as Teclas brincavam sozinhas na noite, feitas crianças traquinas, jogos de poemas e prosas, de segredos e contos de encantar!
Eram filhos do Coração e da Mente, os Dedos, e de Computador e Internette as Teclas...
Os pais dos Dedos, já idosos, alegravam seus dias vendo seus filhos brincar, suas correrias sem fim e os abraçavam ao cair da noite no seu peito carinhosamente, e eles os acariciavam ao de leve nos seus rostos onde as rugas escreviam estórias que a vida lhes segredava.
Pais das Teclas eram jovens ainda, sempre em constante azafama, sempre muito ocupados nas suas funções de "garatujar" tudo o que lhes pediam, eram de certa forma escravos da modernidade...
É na noite que te encontro
No meu peito adormecido e
na sobra dos escombros
nos unimos...
Os Dedos e as Teclas brincavam sozinhas na noite, feitas crianças traquinas, jogos de poemas e prosas, de segredos e contos de encantar!
Eram filhos do Coração e da Mente, os Dedos, e de Computador e Internette as Teclas...
Os pais dos Dedos, já idosos, alegravam seus dias vendo seus filhos brincar, suas correrias sem fim e os abraçavam ao cair da noite no seu peito carinhosamente, e eles os acariciavam ao de leve nos seus rostos onde as rugas escreviam estórias que a vida lhes segredava.
Pais das Teclas eram jovens ainda, sempre em constante azafama, sempre muito ocupados nas suas funções de "garatujar" tudo o que lhes pediam, eram de certa forma escravos da modernidade...
É na noite que te encontro
No meu peito adormecido e
na sobra dos escombros
nos unimos...
20.10.14
DIVAGANDO
À sombra de Florbela Espanca...
Eu perdi-me de mim,
Do meu destino.
Este que eu vivo não é meu,
Foi-me emprestado.
Fugi de mim,
E na minha fuga,
Deixei para trás os sonhos
De mim mesma...
(foto de Teodora Biel)
20.9.13
Um conto para Andreia
Um conto para Andreia
Tinha um sorriso no rosto como quem acaba de vir de férias,
que era o caso. Gostou de voltar ao trabalho, ao convívio dos colegas. Naquele
primeiro dia tinha conversado, contado pormenores da estada em Espanha com o
marido e filhote. Ricardo tinha agora 4 anos e apesar de lhe ocupar muito tempo
e atenção não conseguia separar-se dele nem nas curtas férias fora de Portugal.
Durante aquela primeira manhã ficou a par de todo o
expediente atrasado, atendeu alguns clientes, nada de muito complicado. Trabalhava
já há alguns anos no ramo e sentia-se à vontade com os meandros dos processos.
À hora de almoço juntou-se a uma amiga que trabalhava ali
perto e ambas foram ao Centro comercial comer algo ligeiro, o tempo não era
muito e uma dieta depois de muitas refeições em restaurantes era o mais
indicado e o que mais lhe apetecia.
Uma volta rápida pelas montras, tudo em saldos, algumas
novidades já para o Inverno, mas nada que a tentasse.
Quando voltou a sentar-se à secretária já tinha duas pessoas
para atender, uma com um caso simples de pagamento duma factura em atraso e uma
reclamação. Tinha vindo de férias, a manhã tinha corrido bem, a conversa ao
almoço fora agradável, mas não só por isso, era seu lema ouvir atentamente as
queixas que lhe eram apresentadas. Infelizmente este caso era complicado e era necessário
que o chefe analisasse o assunto, apaziguou o cliente e comprometeu-se dar-lhe
notícias logo que fosse possível, com a promessa de que lhe daria a prioridade
que merecia.
A terceira pessoa a entrar era uma senhora de idade,
acompanhada da filha, que queria alterar um contrato que tinha com a Companhia
e que, disse, lhe era difícil de cumprir na situação actual. Depois de simulações,
escolhas e decisões lá chegaram a acordo e até se falou de internet, de opções,
ocupações, sim, que as saudáveis relações comerciais sempre deveriam ser assim.
Assinado que foi o contrato a contento de todos, cliente e
companhia, Andreia sorriu o seu sorriso lindo, que nada tinha de profissional,
mas humano face à senhora cuja idade lhe fazia lembrar sua avó. Sorria ainda
quando já à saída Dona Th lhe prometeu escrever uma pequena “estória” e
mandar-lhe por email. Sorria ainda quando ao jantar, depois de deitar o filho,
contou ao marido aquele encontro, a promessa de que era céptica por tudo o que
a vida lhe tinha ensinado.
Andreia, às vezes nós precisamos de acreditar para sentirmos
o que é a felicidade, por que ela está na confiança e na Paz!
(como lhe disse, sem grandes correcções, deixei que os dedos
pousados no teclado me levassem neste gostoso cumprimento de uma singela
promessa. Seja Feliz!)
Escrito às 2,06 h do dia 20-09-2013 por Theo Leiroz Biel
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