Um conto para Andreia
Tinha um sorriso no rosto como quem acaba de vir de férias,
que era o caso. Gostou de voltar ao trabalho, ao convívio dos colegas. Naquele
primeiro dia tinha conversado, contado pormenores da estada em Espanha com o
marido e filhote. Ricardo tinha agora 4 anos e apesar de lhe ocupar muito tempo
e atenção não conseguia separar-se dele nem nas curtas férias fora de Portugal.
Durante aquela primeira manhã ficou a par de todo o
expediente atrasado, atendeu alguns clientes, nada de muito complicado. Trabalhava
já há alguns anos no ramo e sentia-se à vontade com os meandros dos processos.
À hora de almoço juntou-se a uma amiga que trabalhava ali
perto e ambas foram ao Centro comercial comer algo ligeiro, o tempo não era
muito e uma dieta depois de muitas refeições em restaurantes era o mais
indicado e o que mais lhe apetecia.
Uma volta rápida pelas montras, tudo em saldos, algumas
novidades já para o Inverno, mas nada que a tentasse.
Quando voltou a sentar-se à secretária já tinha duas pessoas
para atender, uma com um caso simples de pagamento duma factura em atraso e uma
reclamação. Tinha vindo de férias, a manhã tinha corrido bem, a conversa ao
almoço fora agradável, mas não só por isso, era seu lema ouvir atentamente as
queixas que lhe eram apresentadas. Infelizmente este caso era complicado e era necessário
que o chefe analisasse o assunto, apaziguou o cliente e comprometeu-se dar-lhe
notícias logo que fosse possível, com a promessa de que lhe daria a prioridade
que merecia.
A terceira pessoa a entrar era uma senhora de idade,
acompanhada da filha, que queria alterar um contrato que tinha com a Companhia
e que, disse, lhe era difícil de cumprir na situação actual. Depois de simulações,
escolhas e decisões lá chegaram a acordo e até se falou de internet, de opções,
ocupações, sim, que as saudáveis relações comerciais sempre deveriam ser assim.
Assinado que foi o contrato a contento de todos, cliente e
companhia, Andreia sorriu o seu sorriso lindo, que nada tinha de profissional,
mas humano face à senhora cuja idade lhe fazia lembrar sua avó. Sorria ainda
quando já à saída Dona Th lhe prometeu escrever uma pequena “estória” e
mandar-lhe por email. Sorria ainda quando ao jantar, depois de deitar o filho,
contou ao marido aquele encontro, a promessa de que era céptica por tudo o que
a vida lhe tinha ensinado.
Andreia, às vezes nós precisamos de acreditar para sentirmos
o que é a felicidade, por que ela está na confiança e na Paz!
(como lhe disse, sem grandes correcções, deixei que os dedos
pousados no teclado me levassem neste gostoso cumprimento de uma singela
promessa. Seja Feliz!)
Escrito às 2,06 h do dia 20-09-2013 por Theo Leiroz Biel